Autor – Eng. Luiz Henrique T. R. Pedroso MSc, PMP

"Otimismo significa esperar o melhor, mas confiança significa saber como se lidará com o pior" 

Nem sempre as boas intenções nas decisões tomadas durante a vida de um projeto são garantia de sucesso. A experiência por nós obtida em vários trabalhos de consultoria e também verificada em artigos de revistas especializadas mostra que um dos fatores mais críticos para o sucesso de um projeto é a falta do gerenciamento dos riscos e a não mitigação dos mesmos. Sem mitigar os riscos, freqüentemente um projeto caminha para ter sérios problemas no seu gerenciamento.

“Se você não tem tempo ou recursos para mitigar os riscos agora, tenha certeza absoluta que você deverá ter tempo ou recursos para atacá-los quando se tornarem problemas”.  Risco, pensando de forma negativa, é um problema que ainda não ocorreu, portanto ainda temos chance de gerenciá-lo.

A vida dos gerentes de projetos está cada vez mais difícil. O crescimento na complexidade dos projetos com as exigências de custos cada vez menores e prazos mais curtos é uma constante nos tempos atuais, somando-se a isto a velocidade da evolução/mudança tecnológica que estamos experimentando, temos aí todos os ingredientes que tornam um projeto em um ambiente de altíssima incerteza.

Quando da procura por fornecedores para seus projetos, o mercado procura transferir os riscos totalmente para os fornecedores utilizando como arma mortal o famoso “preço fixo/fechado”. Portanto somente as empresas que melhor souberem lidar com o risco terão alguma chance de sucesso ao término do contrato. Já foi o tempo em que bastava contingenciar todos os riscos nas propostas que os problemas estavam resolvidos. Hoje esta atitude, em um mercado globalizado e competitivo, com toda certeza aumentará a chance de perder o negócio. Por outro lado o não contingenciamento correto dos riscos também, com toda certeza, fará a empresa ganhar um grande problema.

Como se equilibrar, ou melhor, sobreviver, neste mundo novo? Uma das formas de ação que um grande número de empresas está recorrendo é o financiamento do risco – fazendo provisões contra possíveis perdas, seguros, hedging de moedas, etc. Este é um tipo de estratégia que, embora proteja o investimento que está sendo feito, apresenta alguns problemas: é passiva (se preocupa com as conseqüências e não ataca as causas), coloca o foco da atuação sobre alguns riscos apenas (não procura identificar todas as ameaças às quais o projeto esta exposto) e principalmente não se preocupa diretamente com o sucesso do projeto procurando apenas proteção contra as conseqüências futuras da ocorrência dos riscos.